Constato que há quem a chame de fascista. Sinal dos tempos. Era uma verdadeira feminista e antifascista. Não daquelas de hoje. Tinha coragem e talento, sem nenhuma instrução. E como sabia escrever!
Era livre e independente. Não tinha medo. O que fez com que fosse odiada pela esquerda e pela direita. Não vi os filmes e os programas que agora há por aí, mas sempre me fascinaram as suas crónicas. Que maravilha. Por vezes são poesia.
Quando for grande, gostava de ser como ela. Era assertiva, corajosa, firme. Foi uma inimiga do Estado Novo e de tudo o que estava mal. E depois foi odiada pelos revolucionários. Consideraram uma traição, porque não entendem os espíritos verdadeiramente livres: não são de ninguém.
Em Portugal, desde então só chegaram perto dois nomes: Miguel Estaves Cardoso (versão 80s) e Vasco Pulido Valente.
Tenho a honra de colaborar de vez em quando com o seu semanário O Diabo.