Sede de poder

Sede de poder

Faz-me impressão que a política se tenha tornado num jogo de egos, favores e vinganças. Em vez de serviço e governação do bem público pelos mais competentes. Não se pode unir Portugal se dentro de casa se divide. A sede de poder é o erro recorrente de muitos políticos, principalmente os analfabetos morais, imersos em promessas egocêntricas de saborearem os mais saborosos manjares que o mundo tem para oferecer.

Sejam os grandes ou pequenos poderes, a expetativa do reconhecimento público de um cargo superior é sempre inebriante para os mais frágeis intelectual e psicologicamente, sendo aquilo que os medíocres sonham alcançar. E é claro que uma sociedade polvilhada por indivíduos destes está inevitavelmente condenada a ser fonte de corrupção, desigualdade, injustiça e pobreza. Depois há os indivíduos que querem ser políticos, fazem tudo para ter uma fatia do bolo, inventam o inimaginável para, no final, apenas demonstrarem como são ridículos e pequenos.

Numa sociedade evoluída, o poder deve ser repartido e exercido por aqueles que, sem ambições ou agendas subversivas, querem altruisticamente dar a sua vida pelo próximo, trabalhar para corrigir os problemas sociais e económicos, contribuindo decisivamente para para a redistribuição cprreta da riqueza e o fim da corrupção. Mais do que isso, o poder deve ser do povo que, sem amarras ou dissimulações, possa ver claramente qual o caminho a seguir e guiado por líderes competentes que saibam a via da prosperidade.

Num mundo escravo da televisão e da internet, os políticos com maior sucesso são os que se assemelham a apresentadores de programas de variedades, que melhor transmitem uma mensagem elaborada por equipas de marketing que enganam o povo e o tornam servil a ideologias com interesses próprios que protegem determinados grupos de cidadãos.

Em Portugal, entramos no ciclo vicioso das pessoas estarem fartas de corrupção, justiça ineficaz e políticos mentirosos, mas no final os eleitores votarem sempre os mesmos, por serem os que têm o espetáculo de circo mais bem montado e convencerem os cidadãos que estão dependentes deles.

Por cada político com sede de poder irá levantar-se um membro do povo com sede de justiça. Os políticos que importam, feitos para ser estadistas, são aqueles que não querem ser políticos, mas antes um só com o povo que representam. Não com um séquito de gente que os serve, mas antes com a responsabilidade de servir até à morte o povo, amando-o como se fosse da própria família. O resto dos políticos, que buscam grandes ou pequenos poderes, não serve. É uma escolha que o povo tem sobre si, tão simples como escolher entre o bem e o mal.

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