Promover a sensibilização ambiental é mais importante do que nunca, numa altura em que a comunidade científica tem vindo a chamar a atenção para a deterioração ambiental. No entanto, quais são os passos a tomar para reconhecer o problema e promover mudanças importantes? A investigação atual esclarece este enigma complexo e fornece uma agenda assertiva para que as pessoas, as organizações e os governos colaborem na abordagem do problema.
Num estudo científico acabado de ser publicado, ficou provado que pessoas estão mais inclinadas a procurar informação e a cultivar um sentimento de responsabilidade quando têm um interesse pessoal pela saúde da natureza. Hábitos ambientais ativos, como a defesa de direitos e o consumo sustentável, são o resultado desta série de acontecimentos. É fundamental que este processo não seja automático; em vez disso, depende da confiança institucional, que acelera a mudança da culpa para a ação.
Pense nisto: as pessoas acreditam que as suas atividades estão alinhadas com esforços sistemáticos maiores quando têm um elevado nível de confiança nas instituições, o que promove mais envolvimento em comportamentos pró-ambientais. Mesmo as pessoas mais informadas e emocionalmente envolvidas podem ter relutância em agir sem essa confiança, questionando os resultados dos seus esforços. Para os governos e organizações, isto serve de alerta: a confiança é a base da ação em grupo e não é apenas um ideal abstrato.
As ramificações para as empresas são significativas. Os produtos verdes estão a tornar-se cada vez mais populares, mas os fatores psicológicos e cognitivos que influenciam esta procura são tão significativos como os próprios produtos. As empresas podem ganhar quota de mercado e contribuir significativamente para a mudança social, alinhando as suas operações com os ideais ambientais e comunicando abertamente os seus esforços.
Os governos também têm um papel especial. Podem transformar tendências pessoais em ações proativas, construindo confiança através de regulamentos abertos e aplicação uniforme. Isto envolve ir além das ações punitivas e financiar iniciativas que destaquem a responsabilidade partilhada e as vantagens observáveis do esforço do grupo.
Porém, há um infortúnio inevitável: a consciencialização não é suficiente. Para manter melhorias comportamentais a longo prazo, o apoio estrutural e as mudanças culturais devem ser combinados com o conhecimento sobre os desafios ambientais. As subtilezas deste processo não são captadas pelos modelos simplistas de modificação de comportamento, que ignoram aspetos importantes. Por exemplo, mesmo que muitas pessoas estejam conscientes das alterações climáticas, obstáculos como os custos percebidos, as dúvidas sobre a eficácia das instituições e a falta de normas sociais podem impedi-las de agir.
São necessárias estruturas integradas, que abordem tanto a psicologia individual como a dinâmica institucional, mais geral para colmatar esta lacuna. Para além de apenas educar o público, os programas educativos devem promover a confiança institucional e demonstrar a interdependência do comportamento individual e do grupo. A letargia que há muito aflige os movimentos ambientalistas só poderá ser ultrapassada neste ponto. Os riscos são realmente elevados. O futuro da humanidade depende da nossa capacidade de tomar medidas ousadas e cooperativas face às alterações climáticas e à perda de biodiversidade. Este estudo é um poderoso lembrete de que a consciência ambiental é um processo dinâmico impulsionado por sentimentos, informação, responsabilidade e confiança, e não uma qualidade fixa. Enquanto cidadãos, líderes e pessoas, todos temos um papel a desempenhar na promoção deste processo.
A mensagem é óbvia quando olhamos para o futuro: a ação e a confiança andam de mãos dadas. Podemos concretizar plenamente a promessa da consciência ambiental e deixar um legado duradouro para as gerações futuras fortalecendo os laços entre as pessoas e as instituições.