Hoje em dia as grandes empresas criam departamentos, que apelidam com nomes pomposos como “departamentos de felicidade” e há cada vez mais livros de “gurus de gestão” sobre a “economia da felicidade.” Normalmente debitam-se superficialidades, frases motivacionais e é uma enorme perda de tempo. O que tenho lido e observado sobre os departamentos de wellness nas empresas, é que estão sempre a quilómetros de distância das verdadeiras necessidades dos colaboradores e não são de todo eficazes. Por vezes têm até um efeito contrário. Podia dar exemplos que amedrontam tal o nível de desfasamento da realidade e um dia falarei sobre isso. Não vai ser bonito.
Há técnicas e meios comprovadamente eficazes, mas também a grande maioria das empresas não tem a capacidade de gestão ou sequer a sensibilidade para entender como e porque se pode aumentar a produtividade com pequenas atividades ou mudanças. Mas os estudos científicos sobre este assunto são unânimes em apontar as dificuldades em implementar em sociedades e economias menos desenvolvidas, como a nossa.Um último apontamento importante: a ditadura da felicidade. Há muito tempo se fala sobre isto e temos de atentar sobre os conceitos antes de discutir o tema. A felicidade são momentos e hoje sabe-se que é fundamental termos momentos menos felizes e aceitar quando eles vêm – isso implica respeitar os momentos do próximo e não haver a necessidade frenética de impor felicidade transbordante a toda a hora. É contraproducente e um ambiente de trabalho tem de ser um lugar seguro, com valores, limites e regras. Porque embora possa parecer contraditório isto é fundamental para derrubar muros. Por isso, sejam felizes – ou se calhar hoje não, depende do vosso tempo.